No Brasil, 15,5% do povo passa fome. São mais de 33 milhões de pessoas

Henrique Paes

DOUTOR

Uma pessoa com fome é o suficiente para nos comover e trazer tristeza. Imaginem, então, 33 milhões de brasileiros passando fome! Essa é a realidade que vivemos e que está muito bem apresentada no relatório do “2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”. Os dados que nos levam a refletir sobre quais os motivos de uma nação como o Brasil amarga uma desigualdade tão grande a ponto da insegurança alimentar afetar a vida de uma população de mais 33 milhões de pessoas, o que representa 15,5% da população brasileira. E para piorar mais, comparado ao ano de 2020, a fome aumentou. Era cerca de 9,1% da população da época que vivia nessas condições.

Quem passa pelas ruas das grandes cidades consegue ver a quantidade de pessoas dormindo nas nelas e imagina que este índice só afeta os moradores de rua. Não. Ele afeta famílias nos mais diferentes cantos do Brasil. A fome está alcançando famílias que têm moradias, mas que não contam com meios de conseguir recursos para a alimentação. Nem mesmo os programas sociais ou programas emergenciais estão conseguindo reverter este quadro. Ameniza, mas não resolve o problema grave da fome que afeta milhões de pessoas no país. Por isso é que manter esses programas de distribuição de renda é fundamental para socorrer essas pessoas, essas famílias.

Uma das coisas que a Câmara dos Deputados, juntamente ao Senado Federal, precisa criar é uma espécie de “Frente Parlamentar Extraordinária de Combate à Fome”. E deveria fazer isso logo nos primeiros meses da próxima legislatura, já que este ano será difícil qualquer movimentação neste sentido em razão das eleições. Parece até estranho ter que escrever isso, afinal essa é a função de todos parlamentares e políticos brasileiros. Mas essa “Frente Parlamentar Extraordinária de Combate à Fome” teria uma missão urgente de buscar mecanismos de combater este mal e de propor políticas públicas que de fato façam prevalecer ao brasileiro o direito de acesso à comida.

Outro aspecto que acho interessante e que poderia mobilizar as empresas do país na construção de uma grande aliança nacional. É possível que o poder público e o privado possam dar as mãos para combater esse quadro caótico que é a questão da segurança alimentar do povo brasileiro.

Como médico, sei o que a fome ou a falta de nutrientes necessários causam na saúde das pessoas. Como empresário sei o quanto contribui para gerar empregos e renda, mas sei também o quanto o governo como altos impostos impede a geração de mais postos de trabalho. Portanto, tenho o dever de, não só por ser médico e empresário, mas também como cidadão neste país, lutar para que a fome não seja mais uma condição que afeta tantas vidas. Com vontade política e compromisso é possível mudar esses índices.

*É difícil falar de políticas públicas, de oportunidades, de direitos, de deveres e até falar de DEUS com quem passa fome*

O Dr. Henrique Paes é médico e empresário

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