Nesta terça-feira (17 de maio) às 10h da manhã, o Conselho Estadual dos Direitos Indígenas (CEDIND-RJ), órgão colegiado criado em 2018 e vinculado à Secretaria Estadual dos Direitos Humanos, promoverá uma Assembleia Extraordinária na sede do Parque Estadual Cunhambebe, em Mangaratiba, para dar continuidade ao processo de escuta dos Povos Indígenas de 32 etnias, cerca de 400 pessoas vindas de vários Estados da federação, que desde a tarde do dia 15 de maio estão acampadas numa área privada ao lado da sede do Parque.
Em reunião realizada na última sexta-feira, com lideranças indígenas da Retomada Cunhambebe e representantes de vários órgãos públicos federais (FUNAI, SESAI/Ministério da Saúde e Polícia Federal), do estado (Instituto Estadual do Ambiente e Batalhão Florestal) e da prefeitura de Mangaratiba e membros do CEDIND-RJ, deram início à um processo de diálogo visando um convívio pacífico, como era esperado pelas instituições e lideranças presentes no encontro realizado no auditório da sede do Parque Estadual Cunhambebe.
Para Sérgio Ricardo Potiguara, membro do CEDIND-RJ onde é representante da órgão GRUMIN fundada em 1978 e presidida pela escritora Eliane Potiguara:
“A meu ver, a ação prioritária deste Conselho de políticas públicas deve ser o de promover e apoiar a continuidade do processo de escuta dos participantes da Retomada e averiguar in loco as condições de saúde, assistência social e segurança alimentar no local já que há crianças e idosos participando da Retomada. Os parentes de várias etnias trazem uma mensagem dos encantados de que vieram retomar o ancestral território Indígena onde viveu o Guerreiro Cunhambebe e, com isso, dar início a um processo de cura do estado do Rio de Janeiro que, por ter sido no passado um território onde ocorreu o extermínio dos povos originários que aqui viviam antes da Colonização européia e onde houve a destruição quase completa da Mata Atlântica, ainda hoje é um território marcado pela decadência econômica, degradação ambiental, violência urbana e crescente desigualdade social. As oito aldeias existentes no estado do Rio de Janeiro localizadas em 3 municípios (Maricá, Angra dos Reis e Paraty) sofrem na atualidade com a ausência e/ou precariedade de diversas políticas públicas essenciais à manutenção do modo de vida destes povos tradicionais, tais como: saneamento básico, saúde, educação e segurança alimentar.”